"Eu sou senador da República e o meu estado foi um dos que mais sofreu com a pandemia. Não é questão de independência, pró-governo ou oposição. Se alguém está com esse pensamento de chegar na CPI porque não gosta de A ou de B e lá quer tirar os seus recalques, a CPI não vai funcionar e, se houver fato que culpe alguém, vamos providenciar punição. A CPI é para apurar esses fatos". E acrescentou: "Eu não vou levar para a CPI pensamento ideológico de ninguém, nem de A, nem de B".
Apesar de questionamentos sobre um possível alinhamento com o governo, Aziz já criticou a atuação do governo federal na pandemia. Agora, ele garante que vai garantir equilíbrio aos trabalhos ao comandar a CPI.
"Eu tenho experiência suficiente, como a grande maioria dos membros tem, para quem já foi governador, prefeito, deputado, vereador, secretário de Segurança e é senador, eu tenho idade suficiente e experiência suficiente para ter o equilíbrio necessário para não misturarmos as coisas. Eu não sou candidato à presidência e meu partido não tem candidato à presidência da República para eu chegar lá e fazer daquilo um palanque", concluiu.
Expectativa/Realidade:
De acordo com a CNN, o senador Omar Aziz, é investigado por desvios de recursos para a área da saúde quando ele foi governador do Amazonas (parte desses contratos foi firmada e um relatório parcial da Polícia Federal, o da Operação Vertex, um desdobramento da Maus Caminhos, cita seu nome 256 vezes em 257 páginas), sendo alvo de uma operação do Ministério Público Federal chamada “Maus Caminhos”.
Ela foi deflagrada em 2016 e houve uma série de desdobramentos. O objeto principal da investigação é o desvio de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas.
Um dos trechos diz que “os indícios da atuação de OMAR AZIZ para a criação e manutenção da organização criminosa formada em torno do Instituto Novos Caminhos são robustos e permeiam toda a investigação”.
Em outro, destaca-se o trecho em que uma colaboradora dos investigadores aponta que o senador recebia propina: “XXXX diz que, após o início das atividades da OS, o valor que deveria ser entregue a OMAR AZIZ era de 500 mil reais. Esse valor era entregue toda vez que a OS ia recebendo do Estado do Amazonas e que os valores eram entregues de forma fracionada. XXXX já realizou entrega de parte do valor destinado a OMAR. AZIZ para funcionários do Senador.”
Os autos chegaram a ser encaminhados para o Supremo Tribunal Federal em razão do fato de Aziz ser senador, mas o novo entendimento da corte sobre foro privilegiado fez com que, em junho de 2018, retornassem ao Amazonas. A investigação contra o senador atualmente está na Justiça Federal do Amazonas e ainda não há decisão da Justiça no processo.
Fonte: O Globo e CNN Brasil