Ontem, o governador do distrito federal, Ibaneis Rocha, ingressou com uma ação no superior tribunal de justiça (stj) contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
O primeiro round foi quando Ibaneis e Caiado tiveram rusgas após o governador do df dizer que poderia fechar as divisas se o estado vizinho não tomasse providências para atender, na estrutura própria de saúde, seus moradores.
à época, ibaneis revelou que 25% das internações em utis são de pacientes do entorno, especialmente provenientes de cidades goianas.
No segundo, Caiado deu respostas duras. Em entrevista à uma emissora de TV, falou em envolvimento da gestão brasiliense com corrupção na área da saúde.
E agora, no terceiro, veio a ação no STJ.
De acordo com os advogados de Ibaneis, a solicitação tem objetivo de dar um prazo “razoável” ao governador do goiás prestar os devidos esclarecimentos a fim de indicar quais são os fatos concretos que dão sustentáculo às graves imputações notadamente no diz que respeito ao dito envolvimento com corrupção, negociatas e roubo de dinheiro público”.
O caso está no STJ porque o alvo da interpelação é um governador que possui foro privilegiado, em razão do cargo. O ministro Felix Fischer é o relator.
Para quem pensa que essa é a primeira luta, não é não. As desavenças entre os governadores do DF e de Goiás não são de hoje.
Os dois já trocaram farpas em junho de 2019, em razão de um teste, do qual Caiado não participou, para operação de um trem entre o DF e o município de Valparaiso de Goias.
Numa ligação telefônica, ao saber do que estava acontecendo na divisa entre os dois estados, Ronaldo Caiado esbravejou, irritado com a iniciativa do GDF em assumir o protagonismo do projeto: “Ibaneis, o Goiás tem governador”!
Nisso, o governador não deixou por menos e retrucou na mesma moeda: “O senhor está me dizendo que Goiás tem governador, pois eu estranhei a falta dele aqui”.
Detalhe: com direito ao governador do DF mandar o de Goias para ponte que partiu...
Por causa dessa guerra de egos, quem se prejudicou foi a população. Se esse projeto fosse para frente, beneficiaria cerca de 50 mil pessoas, a maioria moradora do Entorno do DF, com economia de, pelos menos 1h30 no tempo gasto por causa do engarrafamento, nada básico, entre a divisa entre os estados e a chegada ao Plano Piloto.