A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Luziânia, deflagrou, na manhã desta sexta-feira (9/4), a Operação Cura, para combater irregularidades na campanha de vacinação contra a covid-19 em Luziânia (GO). Segundo as investigações, duas funcionárias da Secretaria de Saúde do município teriam montado um esquema de fura-fila da vacinação. A suspeita é que pelo menos 17 pessoas tenham sido imunizadas irregularmente com doses remanescentes que deveriam ser destinadas a moradores que preencheram um cadastro de espera.
Com a investigação do Gepatri, o Poder Judiciário deferiu dois mandados de buscas domiciliares nas residências de profissionais de saúde. Segundo a polícia, uma das investigadas confessou o esquema durante o interrogatório.
As equipes apreenderam, durante a operação, objetos que serão úteis para confirmação completa do modo como funcionava o esquema criminoso e podem, inclusive, levar ao esclarecimento de outras pessoas envolvidas no delito.
Caso sejam condenadas, as investigadas poderão receber pena de mais de 13 anos de prisão pelos crimes de peculato-desvio e de infração de medida sanitária preventiva majorada. Os indivíduos que foram vacinados irregularmente também podem responder pelo crime de associação criminosa, caso seja comprovado que sabiam que estavam sendo favorecidos indevidamente ao serem vacinados.
A Prefeitura de Luziânia e a Secretaria Municipal de Saúde afirmam que têm dado todo o apoio à Polícia Civil na investigação das duas profissionais de saúde envolvidas no esquema. Além disso, assim que o caso foi descoberto, as mesmas foram afastadas.