A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19 no Senado Federal, instalada nessa terça-feira (27/04), é um ponto de incômodo para o governo federal. Na manhã desta quarta-feira (28/04), em conversa com apoiadores no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou e disse que, caso não convoquem prefeitos e governadores para depoimentos, seria um 'carnaval fora de época'.
“A CPI vai chamar (governadores e prefeitos) ou vai querer fazer carnaval fora de época? Vão se dar mal. Aqueles que estão com essa intenção... Lá tem gente bem intencionada, gente que... Não é que me defende, está falando a verdade. Mas tem um outro lá que quer fazer uma onda só”, afirmou Bolsonaro.
Após negociações diversas, a CPI foi instalada para apurar possíveis omissões do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. Bolsonaro, que estava acompanhado do ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, durante a conversa com os eleitores, tratou desse assunto e disse que não há o que se investigar. Luiz Eduardo, inclusive, revelou que tomou a vacina contra a COVID-19 escondido, por causa da determinação do presidente.
“CPI vai investigar o que? Eu dei dinheiro para os caras, no total foi mais de 700 bilhões de reais, auxílio emergencial no meio. Muitos roubaram dinheiro, desviaram. Agora vem uma CPI para investigar conduta minha? ‘Se ele foi favorável à cloroquina ou não’. Se eu tiver um novo vírus, eu vou tomar de novo, me safei em menos de 24h, assim como milhões de pessoas” disse.
A próxima reunião da CPI da COVID-19 acontece nesta quinta-feira (29/04). A sessão vai validar o plano de trabalho e deverá aprovar algumas sugestões feitas pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Quando vai vacinar?
Aos 66 anos, Bolsonaro já tem direito a tomar vacina contra a COVID-19 no Distrito Federal, onde tem residência, mas ainda não foi imunizado. No local que abriga Brasília, idosos acima dos 62 anos já podem ser imunizados desde a última sexta-feira (23/04). Ele comentou a situação, dizendo que está dando o exemplo.
“Agora, questão da vacina: quando o último do Brasil tomar a vacina, eu tomo. Tem gente apavorada, então toma na minha frente. Eu sou chefe de Estado e tenho que dar exemplo. Meu exemplo é esse: deixar, já que não tem para todo mundo ainda, tomar na minha frente”, completou, também aos apoiadores.