O Brasil registrou, pelo terceiro dia seguido, mais de duas mil mortes
decorrentes da covid-19 — entre quinta e sexta-feira, foram 2.216 vidas
perdidas para a doença, de acordo com dados divulgados pelo Conselho
Nacional de Secretários de Saúde e reproduzidos pelo Ministério da
Saúde. Se somado mais este número de óbitos nas últimas 24 horas, o país
viveu a mais letal semana da pandemia do novo coronavírus: entre os
dias 6 e 12 de março, são 12.335 pessoas que não resistiram à força do
agente infeccioso. Até então, a pior semana da crise sanitária tinha
sido entre os dias 27 de fevereiro e 5 de março deste ano, quando
registraram-se 9.935 mortes.
No acumulado, 275.105
brasileiros perderam a vida para o novo coronavírus e 11.363.380 tiveram
o diagnóstico confirmado para a covid-19, superando a Índia. De acordo
com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), a média móvel
de casos — que leva em consideração números dos últimos sete dias —
ultrapassa 70.500 mil, e a de óbitos encontra-se em 1.762, amaior do
mundo. Em relação à infecção, foram 85.663 novos afetados nas últimas 24
horas.
De acordo com boletim elaborado pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), e divulgado ontem, o Brasil responde por 9,5%
dos casos registrados no mundo, e 10,3% dos óbitos globais. O
levantamento indica que o resultado seria o mesmo, ainda que os
brasileiros correspondam “a menos de 3% da população mundial”.
Pesquisadores também observam que o Brasil jamais, ao
longo de um ano, alcançou uma redução significativa na curva de
transmissão da covid-19. Segundo os dados coletados pela Fiocruz, há uma
progressão clara de novos casos e óbitos a cada dia, o que empurra os
sistemas de saúde — públicos e particulares — dos estados e municípios
em direção ao colapso.
O boletim informou, ainda, que, no último período analisado pela
fundação, apenas o Pará reduziu a ocupação de leitos de UTI. “Somente o
Pará apresentou melhora para a saída da zona de alerta crítico e retorno
à zona de alerta intermediário. Dezessete estados e o Distrito Federal
mantiveram taxas iguais ou superiores a 80%, e mais dois estados
somaram-se a eles, resultando em um total de 20 unidades federativas na
zona de alerta crítico, das quais 13 com taxas superiores a 90%. Seis
estados que se mantiveram na zona de alerta intermediária (entre 60% e
abaixo de 80%) apresentaram crescimento do indicador”, apontou o
documento.