Os hospitais do Distrito Federal estão sem três medicamentos usados para intubar pacientes. As informações são de um relatório da Secretaria de Saúde, divulgado às 3h17 desta quarta-feira (24). O documento também mostra que o estoque de outros quatro remédios do chamado "kit intubação" – sedativos e relaxantes musculares – deve durar menos de uma semana.
A falta ocorre em meio à alta demanda na rede pública de saúde provocada pela pandemia de Covid-19 .
Entre os três medicamentos em falta, está o Propofol. A substância é usada para sedar pacientes e manter a anestesia durante procedimentos como a intubação.
Além dele, o Vecurônio, relaxante muscular que auxilia na anestesia geral e facilita a intubação, também estava em falta no estoque.
Estoques de 'kit entubação' estão em níveis críticos e podem acabar em 20 dias, aponta conselho das secretarias municipais de Saúde
O Cisatracúrio, que também relaxa a musculatura e facilita a intubação de pacientes, além da ventilação mecânica, procedimento também usado para tratar pacientes da Covid-19 .
Em nota, a Secretaria de Saúde informou que "os medicamentos que estão com estoque reduzido ou sem estoque possuem processo de aquisição em andamento". Além disso, a pasta informou que eles podem ser substituídos por outros com a mesma finalidade e que apresentem estoque regular.
Além dos medicamentos em falta, há outros quatro com estoque baixo e duração prevista para menos de uma semana. Dois deles, o Rocurônio e o Pancurônio, não têm quantidade suficiente para abastecer a rede por um dia.
Ainda há mais quatro medicamentos, também usados para intubação, que o estoque tem duração prevista para menos de um mês. No total, há 11 substâncias para essa finalidade que, ou estão em falta, ou têm abastecimento suficiente para menos de 30 dias.
Além disso, na lista de medicamentos injetáveis, o sistema da Secretaria de Saúde mostra que há 20 com estoque zerado. Três deles são usados para tratar pacientes cardiopatas e um é de uso exclusivo para unidades de terapia intensiva (UTI).
Desde semana passada, os profissionais que atuam no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF) são orientados a fazer uso racional de anestésicos e relaxantes musculares para intubação de pacientes.A entidade, que administra as unidades de pronto atendimento (UPAs) da capital .
Na quinta-feira (18), os profissionais do Hospital Regional de Santa Maria receberam um comunicado sobre a administração de remédios para intubação. O documento é de 20 de novembro, mas foi reaproveitado para orientar os funcionários.
O documento orienta os profissionais a:
Prescrever diluições compatíveis com o uso dentro de 24 horas, evitando perdas por preparos excedentes;
Sempre que houver troca de bolsas de medicação, consultar a equipe médica para avaliar a necessidade da manutenção delas;
Evitar estoques descentralizados.
Dar preferência para que esses medicamentos estejam acessíveis unicamente em farmácia satélite abastecedora ou em carros de emergência.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a definição sobre a necessidade de compra de medicamentos do "kit entubação" ocorre em parceria com estados, municípios e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).