Polícia Federal (PF) vai colher, nesta quinta-feira (8/4), depoimentos de outras pessoas vacinadas pela falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres, presa por vacinar empresários de forma ilegal em Belo Horizonte (MG). Segundo a corporação, a suspeita está aplicando supostas vacinas contra a Covid-19 pelo menos desde o dia 3 de março.Segundo o portal G1, investigadores vão solicitar que 57 pessoas supostamente vacinadas por Cláudia façam exames laboratoriais para confirmar se foram ou não imunizadas contra a Covid-19. A realização dos testes, no entanto, não é obrigatória.Segundo a corporação informou nessa quarta-feira (7/4), testes realizados em algumas pessoas que receberam as doses não detectaram anticorpos contra o coronavírus, o que indica que elas não receberam o imunizante verdadeiro.
A expectativa da corporação é que, até esta sexta-feira (9/4), 60 pessoas sejam ouvidas. Na próxima semana, os familiares do ex-senador Clésio Andrade, que negou ter sido imunizado na garagem de uma empresa de transportes em BH, também devem ser chamados.
Vacinas falsas
A PF aponta que as vacinas aplicadas por Mônica são falsas. Um laudo pericial confirmou que parte do material apreendido na casa de Cláudia é soro fisiológico e não imunizante contra a Covid-19.
De acordo com as investigações, cerca de 100 pessoas foram supostamente vacinadas pela falsa enfermeira, e nenhuma delas confirmou ter pedido um comprovante a ela para saber qual imunizante estava, de fato, recebendo.
Além dos empresários, Cláudia pode estar envolvida em um esquema de imunização em um condomínio de luxo em BH.
O fato teria ocorrido em três ocasiões no mês de março. Cláudia teria vacinado moradores de, pelo menos, três apartamentos e cobrado R$ 600 pelas duas doses da suposta vacina contra a Covid-19 — o mesmo valor que os empresários do setor de transporte teriam desembolsado.